Reciclagem De Poliuretano: Conheça 4 Soluções Ecológicas

Reciclagem De Poliuretano: Conheça 4 Soluções Ecológicas

Por: Redator - 16 de Maio de 2024

Atualmente, o Brasil lança no mercado 620 mil toneladas de poliuretano e mais de 3⁄4 é em forma de espuma. Dado o volume, há uma grande preocupação sobre o que fazer com o material após o uso. Por isso, a reciclagem de poliuretano é um tema importantíssimo.

Ao longo do texto, descubra por que o PU está cada vez mais em ascensão. E saiba, também, como solucionar o problema da decomposição, que pode levar dezenas de anos. De antemão, fique sabendo: ele pode ser reciclado a partir de várias técnicas e métodos!

A composição do poliuretano e as aplicações dele

Reciclagem de poliuretano: conheça 4 soluções ecológicas

Na hora de falar da reciclagem de poliuretano, precisamos dar um passo atrás e mencionar sobre a composição desse tipo de plástico. Trata-se de um polímero que vem da reação do poliol, diisocianato e outras matérias-primas que variam conforme a aplicação.

Já o nome vem da união das unidades de uretano ou carbamato e PU é a abreviação dele. Um fato curioso aqui é que a forma desse plástico também pode ser apresentada em líquido ou sólido, ainda que a espuma seja a mais conhecida delas.

Este é um dos polímeros plásticos mais usados na sociedade, aplicado em:

  • Móveis;
  • Revestimentos;
  • Isolantes;
  • Calçados;
  • Vedações;
  • Tintas;
  • Preservativos e muito mais.

Na indústria, as aplicações do PU são motivadas pelas vantagens do material: resistência, flexibilidade, isolante térmico e acústico, além da aderência. Aqui no blog já falamos sobre isso, relembre! Por esses motivos, vários setores fazem uso do poliuretano atualmente:

  • Construção;
  • Automotiva;
  • Calçados;
  • Mineração;
  • Equipamentos.

Quer saber alguns exemplos da aplicação do PU na indústria? Veja alguns:

  • Cilindros;
  • Amortecedores de impacto;
  • Carretéis;
  • Placas;
  • Roldanas;
  • Revestimentos de peças;
  • Rodas (empilhadeiras, transpaleteiras, plataformas pantográficas e skates).

Para saber mais dos produtos em poliuretano, acesse o nosso catálogo gratuito:

Reciclagem de poliuretano: conheça 4 soluções ecológicas

E pensando em uma das principais preocupações atuais da sociedade, vem a pergunta: como é feita a reciclagem do poliuretano? Se for possível, como reciclar o poliuretano? Quais as técnicas? Enfim, vamos às respostas!

Por que fazer a reciclagem de polímeros?

Atualmente, em um momento que se fala tanto em indústria 4.0 e inovações tecnológicas, como pode ser feito o descarte do poliuretano? A mesma pergunta pode ser feita visando outros polímeros, como polipropileno (PP), polietileno (PE), poliéster (PET), nylon e teflon.

A sua resposta vai variar entre as únicas alternativas possíveis, sendo:

  • Aterro sanitário,
  • Incineração e
  • Reciclagem.

O problema é que o descarte de PU em aterros é considerado uma péssima ideia. Afinal, os polímeros levam muito tempo para se decomporem e podem contaminar solo e água. Já a incineração pode gerar efeitos adversos com a liberação de gases poluentes na atmosfera.

Ou seja, ainda que sejam opções usadas, a incineração e o descarte em aterros não representam as boas práticas de ESG na indústria. Aliás, esse tema é fundamental para garantir um diferencial competitivo no mercado.

A reciclagem de PU é a melhor saída!

Essa análise simples nos leva a uma única resposta viável, a reciclagem do polímero! Sem qualquer dúvida, é a alternativa mais responsável para minimizar os impactos ambientais, pensando nos possíveis métodos de descarte que existem hoje.

Entre as vantagens da reciclagem, considere:

  • Redução do envio de resíduos para aterros;
  • Redução da emissão de gases de efeito estufa;
  • Redução da necessidade do uso de materiais virgens;
  • Conservação dos recursos naturais;
  • Possibilidade de criar novos produtos com propriedades únicas.

Ainda que seja uma alternativa bastante promissora, a reciclagem tem seus desafios, especialmente no que diz respeito viabilidade. A seguir, confira 4 soluções inovadoras para a indústria reciclar o poliuretano e outros polímeros.

Como pode reciclar o poliuretano?

Reciclagem de poliuretano: conheça 4 soluções ecológicas

Sabemos que os polímeros são plásticos termorrígidos, de modo que os fragmentos não podem ser derretidos e nem fundidos de novo. Essa seria uma boa ideia para o reaproveitamento do poliuretano em um novo material plástico. Porém, é impossível.

A saída foi pensar em tecnologias e técnicas que pudessem tornar o poliuretano mais ecológico. E acredite: elas foram encontradas em vários lugares do mundo. Inclusive, no Brasil. A partir do próximo tópico você vai ver algumas dessas soluções.

1 – A reciclagem mecânica do poliuretano

A reciclagem mecânica do poliuretano diminui o tamanho das partículas do resíduo. Ou seja, é um processo que o transforma em novos produtos utilizáveis no mercado, a partir da fragmentação física em pedaços menores. Geralmente, as etapas são:

  1. Coleta;
  2. Triagem;
  3. Trituração;
  4. Moagem;
  5. Separação;
  6. Lavagem;
  7. Secagem;
  8. Composição com outros materiais.

Nesta solução, os resíduos industriais podem ser usados em resinas. Logo, se cria um tipo de material que tem propriedades ótimas para pisos e pistas de atletismo, por exemplo. Ou ainda para a fabricação das solas de calçados.

E também falando da reciclagem mecânica, saiba que a mistura de PU rígido e moído com cimento pode resultar em blocos de menor peso e maior condutividade térmica. Desse modo, há pesquisas sendo feitas para obter uma melhor resistência.

2 – A reciclagem química do poliuretano

A reciclagem do poliuretano acontece de forma química através da glicólise. Ou seja, há quebra de moléculas em componentes básicos, como polióis e isocianatos. A partir disso, é possível produzir novos materiais. O processo acontece em passos:

  1. Pré-tratamento;
  2. Despolimerização;
  3. Purificação;
  4. Armazenamento.

Empresas como BASF, Dow Química, Covestro, FoamPartner, RevoPur e Solvay têm investido nesses processos, como mencionado no estudo acadêmico da Universidade de Santa Catarina e na Revista RTI.

A ideia é criar um processamento químico de PU a partir do material usado. A partir disso, é possível extrair os polióis, que serão destinados à fabricação de novas espumas. Teoricamente, e a princípio, as novas espumas também serão usadas em colchões.

Os responsáveis pela pesquisa chegaram a dizer que “o objetivo é fornecer matéria-prima polimérica reciclada com uma qualidade comparável à das matérias-primas virgens”.

3 – A reciclagem energética do poliuretano

Mais uma ideia de reciclagem do poliuretano vem através da opção energética. Nesse caso, acontece a queima das partículas. O benefício ambiental está no fato de que a queima de resíduos pode acontecer por meio da biomassa. As etapas são:

  1. Pré-tratamento;
  2. Trituração;
  3. Queima controlada;
  4. Recuperação de energia;
  5. Controle de emissões.

Atualmente, vários países contam com esse tipo de alternativa, como a Espanha, que tem uma das maiores usinas de reciclagem energética de PU do mundo. A França e a Alemanha também são referências, gerando 17 MW de energia ou mais na sociedade.

4 – A reciclagem de poliuretano por degradação

Nessa busca por soluções alternativas, há uma ideia um tanto quanto diferente, a degradação. Elas continuam em fases de testes, por isso, são menos conhecidas. Mas, existem e representam uma inovação ao utilizar microrganismos para decompor o PU!

Isso porque um fungo foi encontrado na Amazônia e pode fazer esse trabalho. Por esse motivo, ele ficou chamado de “fungo que come plástico”. Nessa biodegradação, tudo acontece da seguinte forma:

  1. Pré-tratamento;
  2. Trituração;
  3. Inoculação;
  4. Degradação;
  5. Condições controladas;
  6. Monitoramento;
  7. Produtos finais.

Os estudantes da Universidade de Yale foram os responsáveis pela pesquisa inicial, que continua sendo processada. O fungo é o “Pestalotiopsis microspora”, um cogumelo capaz de ter uma dieta composta por plástico em um sistema anaeróbico.

A biodegradação do PU também está sendo estudada em outros países, como:

  • Reino Unido (Universidade de Warwick),
  • Alemanha (Fraunhofer Institute for Molecular Biology and Applied Ecology) e
  • Dinamarca (Novozymes).

Na prática, ainda que existam os desafios, as aplicações podem ser bastante interessantes. Por exemplo, na produção de:

  • Dióxido de Carbono-CO2 (refrigerantes, bebidas carbonatadas, plásticos),
  • Metano-CH4 (biocombustível) e
  • Biomassa (biogás, adubos).

E como está a reciclagem de poliuretano no Brasil?

No Brasil, a reciclagem de poliuretano segue as tendências mecânicas. Inclusive, com o exemplo da subsidiária da BASF, mencionada acima. Porém, alternativas químicas também têm sido referência por aqui.

Existe até estudo que falou sobre que a reciclagem de PU é viável para fins financeiros. Leia um trecho: “através da glicólise foi possível ter economia de até 10,9% na produção de um novo produto”. O estudo é de São Caetano do Sul e você pode ler depois.

Atualmente, a Empotech é uma das principais empresas do país que apoiam essa ideia sustentável de dar uma nova vida a um material tão incrível. E se você quer continuar por dentro desse mercado, conhecendo mais do PU e dos processos de reciclagem, leia o blog.

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